Lavouras de milho amargam perdas com a estiagem

Soja será menos prejudicadas porque poucas áreas já foram plantadas

Desde junho deste ano o Oeste de Santa Catarina sofre com a irregularidade de chuvas. Nos meses de setembro e outubro o volume de precipitação ficou bem abaixo da médica histórica. A escassez hídrica é uma das principais preocupações dos produtores de milho que já percebem na prática que vem prejuízo por aí. “Temos lavouras com perdas de 30% a 100%”, afirma o engenheiro agrônomo da Copérdia, Jean Antonietti.

Como a safra de milho é plantada em vários períodos, ainda é difícil calcular as perdas de uma forma mais ampla. Antonietti comenta que alguns produtores avaliam a possibilidade de colher e usareste milho para silagem, na tentativa de replantá-lo ou antecipar a safrinha de soja. “São grãos sem qualidade. Eles servem apenas como volumoso para suprir alimentação dos animais, que já está escassa”, ressalta. As lavouras de soja serão menos afetadas porque o volume de plantio até o momento não foi tão significativo.

Rotação de cultura e semeadura com cobertura de solo são recomendações da área técnica da Copérdia aos produtores de grãos. Antonietti diz que proteger o solo é importante tanto na ocorrência de estiagem quanto no excesso de chuva. “Um solo protegido e sem compactação tem boa porosidade e consegue armazenar maior quantidade de água para os momentos de estiagem. Além disso, evita a evaporação e a temperatura excessiva”, explica o engenheiro.

Antonietti enfatiza que cuidar bem do solo é o primeiro passo para assegurar uma boa produtividade. “Percebemos essa vantagem principalmente em condições adversas como está ocorrendo agora. Em solos bem manejados as perdas são muito menores”, frisa. Em várias propriedades rurais da região a falta de água não prejudica apenas o desenvolvimento das lavouras, como compromete a criação de animais.

Conforme dos dados do Ciram/Epagri, a chuva acumulada que não ocorreu durante no período de 2019 a novembro de 2020, atinge quase 900 milímetros na região do Meio-Oeste. Isso compromete a disponibilidade de água nos rios, afetando diretamente a recarga dos aquíferos e também prejudica as atividades econômicas. A notícia preocupante é que para as próximas duas semanas a previsão é que o volume de chuvas siga abaixo da média.

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