Medidas simples evitam o estresse térmico e queda de produtividade nos meses de mais calor

O bem-estar animal foi um dos temas abordados do Seminário de Leite realizado nesta quarta-feira, 21 de fevereiro, durante a 17ª edição do Tecnoeste. Da mesma forma que os seres humanos sofrem com o calor intenso, sentem mal-estar e às vezes têm queda do desempenho no trabalho, as vacas leiteiras também são afetadas com as altas temperaturas. “Comida, sombra e água são o que elas querem e precisam no Verão”, diz o doutor em Produção Animal, com Ênfase em Ambiência, Emanuel Manica.

Quem trabalha com bovinocultura de leite sabe que a queda de produção entre o Inverno e o Verão pode chegar até a 40%. Manica explica que a troca de calor interno do corpo da vaca com o ambiente é fundamental para garantir a produtividade. O pesquisador fez uma comparação bem simples para exemplificar o quanto os animais que produzem leite sofrem com o calor. “Imaginem uma vaca de 680 kg com roupa de couro, salto alto e produzindo leite”.

Quanto mais leite a vaca produz maior será o calor gerado pelo corpo do animal. Isso significa que a temperatura externa elevada vai provocar estresse térmico, e as consequências imediatas são queda na produção e baixa qualidade do leite. “A vaca acumula calor ao longo do dia para fazer a troca com o ambiente durante à noite. O recomendado é que neste momento a temperatura externa seja de 15ºC. Para uma vaca em lactação, o limite de calor sem gerar estresse térmico é 20ºC”, afirma Manica.

Medidas simples que dão resultado

O pesquisador ressalta que não é necessário fazer investimentos altos para melhorar o conforto dos animais. O básico bem feito já garante excelentes resultados. É indispensável ter:

O custo estimado para implantar esses itens para 40 vacas em lactação, com o preço do leite a R$ 2,15, é de aproximadamente R$ 20 mil. O investimento se paga em menos de um ano de atividade.

Conforto térmico diminui as perdas

Manica é enfático ao dizer que a vaca é um dos animais mais preguiçosos que existe. “Se não encontrar água por perto e se a temperatura estiver muito alta, ela não vai beber água e nem comer”, pontua. Isso porque a fermentação provocada pela ruminação vai fazer a temperatura interna subir ainda mais, e o animal sente isso. O impacto é baixa na produtividade e queda da qualidade do leite. “Se quero exigir uma produção e ganhar dinheiro com a bovinocultura de leite, tenho que dar conforto aos animais”, frisa o pesquisador.

 

 

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