Valorização do preço dos grãos e mercado aquecido. O cenário parecia perfeito para melhorar a renda dos produtores de grãos na safra anterior. E de fato seria, se não fosse um fator inesperado que pegou todos de surpresa: a cigarrinha-do-milho. O inseto foi o responsável por perdas de 30% a 50% nas lavouras de milho e está tirando o sono de quem já está de olho na semeadura da safra de Verão. Será que a praga vai continuar? É melhor apostar no cultivo de soja ou de milho?

Se você vive essas preocupações, saiba que não está sozinho! Os técnicos da Copérdia, que acompanham o dia a dia dos produtores, confirmam que há sim um receio muito grande em ter novamente a produção devastada pela cigarrinha. Quem se dedica à agricultura já sabe que nunca se trabalha com garantias, mas uma questão é certa: o manejo faz toda a diferença.

O engenheiro agrônomo da Copérdia, Diomar Francescon, diz que agora é a hora de agir e tomar as medidas para amenizar os danos da cigarrinha. “A semeadura inicia praticamente na segunda quinzena de agosto. É muito importante fazer toda a limpeza da área e eliminar as plantas tigueras”, frisa.

A situação é preocupante sim, tanto que a própria Epagri está investindo quase R$ 600 mil no Programa Monitora Milho SC. O objetivo é desenvolver estudos e inovações que minimizem as perdas e evitem esse mesmo problema na próxima safra.

A cigarrinha só consegue se reproduzir no milho. Quem for optar por essa cultura para a próxima safra deve ter cuidado redobrado com o manejo. Quanto mais cedo começar o monitoramento, menores serão os riscos de danos.

Dicas para evitar a cigarrinha-do-milho

Sabe aquele ditado popular que diz: “não adianta chorar depois do leite derramado”? Ele cai como uma luva quando o assunto é a prevenção aos danos da cigarrinha-do-milho. Quando a praga já se instalou nas lavouras, não há muito o que fazer.

No ano passado, a devastação da cigarrinha-do-milho foi vista como uma surpresa, já que não é uma praga comum na região Sul do país. “A gente não sabia que ela estava presente. Foi confundida com a seca, e fomos ver o problema lá na frente. Neste ano pode ser diferente”, enfatiza Francescon. A hora de agir é agora!

1 – Acabe com plantas tigueras

A eliminação do milho tiguera, popularmente chamado de guacho, que fica na lavoura entre uma safra e outra, deve ser levada muito a sério. Essas plantas são uma espécie de criadouros para as cigarrinhas.

Não há dúvidas que é um processo trabalhoso, mas extremamente necessário. “Se tiver eliminado as plantas tigueras, não vai ter novas gerações de cigarrinhas para atacar o milho já no início”, afirma Francescon. Caso contrário, a população de pragas vai continuar aumentando cada vez mais e migrar para as plantas das lavouras seguintes, ou até mesmo dos vizinhos. A cigarrinha pode voar até 30 quilômetros de distância.

2 – Faça a dessecação na hora certa

O manejo com inseticidas é indispensável. Segundo o engenheiro agrônomo, o uso de herbicidas agora, no período de vazio, é a melhor forma de eliminar as plantas tigueras.

Converse com o profissional da Copérdia que presta assistência técnica na sua região, para saber quais são os melhores produtos e as dosagens adequadas para cada situação. “Ainda não existe semente resistente à cigarrinha, o que faz a diferença é o manejo”, reforça Francescon. Aplicações sequenciais e rotação de ativos são recomendadas.

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